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Rita Lee: Todas as mulheres do mundo

Rita Lee foi a artista mais censurada da época da ditadura por defender a liberdade e a igualdade de gênero. Suas letras “afrontosas” mexeram com as entranhas do patriarcado, que tentava tolher à força os gritos de protesto dos mais corajosos. As tentativas de silenciar sua voz foram muitas e incansáveis. Mas muito mais incansável era Rita, que dizia que “pra pedir silêncio, eu berro / pra fazer barulho, eu mesma faço” (Jardins da Babilônia).
Regina Kinjo canta Rita Lee. Resgata suas obras censuradas e convida a uma festa que celebra a vida dessa artista, sempre viva em nós e na história da música brasileira. O tributo chega aos palcos do Teatro Universitário Paschoal Carlos Magno – TUPA (Av. da Universidade, 2210 – Benfica), em dupla apresentação, nos dias 2 e 3 de junho. Os ingressos podem ser adquiridos antecipadamente pelo Sympla. Também haverá venda presencial no dia dos shows, na bilheteria do TUPA.
Regina Kinjo, cantora e compositora cearense, tem no seu trabalho a marca de suas raízes nipo-nordestinas: referências do teatro de máscaras japonês com a sonoridade do nordeste. A expressividade vocal e facial nos clipes que ela mesma produz são um autorretrato de um ser multifacetado, de raízes ricas das culturas indígenas, portuguesas e japonesas miscigenadas em seu DNA.
Canta e arranja desde a adolescência. Participou de grupos vocais de destaque no Ceará, dentre eles o Grupo AME, regido pelo maestro Tarcísio José de Lima, com o qual fez turnês em cidades do Nordeste e gravou um CD e DVD, com shows em importantes espaços culturais, como o Theatro José de Alencar, Teatro Marista, anfiteatro do Centro Cultural Dragão do Mar, entre outros.
Iniciou sua carreira solo em 2019, quando lançou dois singles autorais nas plataformas digitais e vasto material audiovisual com produções próprias. Em 2020 e 2021, durante a pandemia, realizou shows on-line que foram sucesso de crítica e público.
Em fevereiro de 2021, lançou o single Flor de Mamulengo, clássico da música nordestina, numa releitura própria e inusitada: o forró transformado em arranjos de vozes e percussão.
Em 2022, lança seu EP Colho Versos, com músicas autorais, junto com o show homônimo, que mistura teatro e música, contando a história de amor da Flor de Mamulengo. No mesmo ano, gravou uma versão moderna do clássico Negue, famoso nas vozes de Nelson Gonçalves e Maria Bethania, música que também faz parte do show Colho Versos.
Em abril de 2023, estreou o show Rita Lee: a mulher e a censura, que celebra a vida e a obra da rainha do rock brasileiro no contexto da censura e da ditadura no Brasil, com releituras das obras censuradas. Jefferson Portela, músico, compositor e produtor radicado no Ceará, assina os arranjos e a direção musical.
Homenagem boa é homenagem feita em vida: o primeiro show da turnê foi realizado em abril, com Rita vivíssima entre nós. Agora, o projeto segue com um sentimento de falta em nosso coração, aquela ideia de que ela está longe, certamente fazendo a viagem mais maluca que já fez em sua existência, mas uma viagem boa. Sua obra, imortal, mantém viva sua voz entre nós.