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BALBUCIO 20: UMA EXPOSIÇÃO? (Abertura)

GRÁTIS

O Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (MAUC-UFC) recebe, a partir de 18 de agosto, às 13h, a mostra Balbucio 20, em comemoração aos vinte anos de formação do coletivo de artistas cearense surgido e composto, majoritariamente, por alunos dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da UFC.

Em oito anos de atividade (2003-2011), o coletivo realizou seminários, exposições, produziu mais de quarenta obras e suas variações, em múltiplas linguagens (performance, happening, environment, intervenção urbana, instalação, desenho, pintura, escultura, artes gráficas, jogos) e conta ainda com uma produção bibliográfica significativa do e sobre o coletivo, composta por matérias em jornais, revistas e sites especializados, além de ensaios e artigos acadêmicos, trabalhos de conclusão de curso, dissertações, teses…

Balbucio, arte-ciência, antes…

Com o objetivo geral de “investigar, por meio de atividades teórico-práticas (…), as relações entre arte e comunicação, com enfoque nas interfaces entre corpo e novas tecnologias de processamento e difusão de informação na sociedade contemporânea” e centrado na performance como operador conceitual e dispositivo criativo centrais da sua produção, o Projeto Balbucio inaugura formalmente, no Ceará, a pesquisa acadêmica voltada para as relações entre teoria e metodologia científicas e processos de criação artística contemporâneos. De fato, a formalização do coletivo como projeto de extensão da UFC, em 2005, e a defesa dos trabalhos monográficos e dissertações de mestrado entre 2006 e 2013, anteciparam mesmo a criação dos cursos de graduação e pós-graduação em artes dentro e fora da UFC e trabalhos publicitados a partir deles.

O caráter altamente experimental e inovador da ação do coletivo na cidade não se resume à performance como aglutinador central e à intercessão entre pesquisa acadêmica e criação artística. O Projeto Balbucio também foi um dos primeiros grupos no estado a trabalhar as relações entre arte e tecnologia, aqui entendida no seu mais amplo espectro: das glossolalias às performances em streaming, do lápis e papel ao pixel, da escrita performativa avant la lettre à web art, da lycra ao jogo digital; do crochet ao bluetooth; do descascador de laranja ao sensor de movimento.

Balbucio viver junto, durante…

A contribuição do coletivo para o contexto estético local não se esgota na investigação precoce de questões hoje recorrentes aqui (mediação tecnológica da arte; artista como editor – colagem, assemblagem, gambiarra –; crítica sociopolítica; gênero; memória e cultura tradicional popular como base da inovação poética contemporânea; jogos; cidade; e por aí vai!), mas sua maior importância jaz na coerência ética radical com a opção pelas relações entre arte e vida, com a criação coletiva (ao ponto do colapso da noção de autoria), com a experiência comunitária, com o viver junto.

Balbucio performance, MAUC, agora e pra frente

No dia 29 de setembro de 2003, o projeto Balbucio apresentou, nas dependências do MAUC, Glossolalic Machine #1: Cenácula. A performance, primeira do coletivo e hoje incorporada permanentemente ao acervo do museu (2018), é, por assim dizer, o rito inaugural do Balbucio, seu batismo.

Passadas duas décadas, o MAUC propõe Balbucio 20 como uma forma de refletir sobre os desafios concernentes à museificação da arte contemporânea, particularmente a performance, introduzidas no museu com “Cenácula” e agora ampliadas com a chegada de outras obras (Cores, 2004-2011; Balbucio-Performa-Aula, 2007; Via corpus, 2005; Ternos, 2005-2010) doadas ao Museu pelo coletivo em 2023.

Balbucio 20: isto não é uma exposição!

Balbucio 20 não é uma exposição, talvez venha a ser… no final.

Ao público que comparecer à vernissagem, defrontando-se com a sala branca, ainda desmontada; praticáveis e expositores vazios; a grande mesa amarela que foi da Imprensa Universitária (IU-UFC), hoje do MAUC, e, sobre ela, malas, sacolas caixas, organizadores, pastas e material de escritório, equipamento audiovisual desconectado, pareça-lhe que aquilo não é uma exposição. Talvez não seja no sentido corriqueiro da mostra pronta para ser vista, uma narrativa sempre redondamente construída pelo olhar especializado da crítica e da curadoria. Nesse sentido, não é mesmo; ainda.

Não há programa performativo específico nem rígido. Não há programa. O motor da ação é o reencontro de André Quintino Lopes, Antônio Wellington de Oliveira Junior, Edmilson Forte Miranda Junior, João Vilnei de Oliveira Filho e Tobias Sandino Gaede em torno dos arquivos do Projeto Balbucio, doze anos depois do encerramento formal de suas ações coletivas, com o objetivo de sistematizar documentos, objetos, imagens, etc. como acervo complementar ao das obras doadas ao MAUC para sua definitiva incorporação à coleção do museu.

O que guardam essas malas, caixas, pastas? Como inventariar, sistematizar, arquivar e criticar seu conteúdo? O que pode/deve compor o escopo do acervo final que permanecerá no Museu? Como a memória, os afetos, a subjetividade organizarão esses resquícios materiais a experiência coletiva – e vice-versa? Marca do coletivo, a tomada do partido estético no qual o processo criativo, os problemas (conceituais e técnicos) emergentes nele e suas soluções resultam da perspectiva coletiva, do viver-estar-junto, e em que o interator acompanha e participa, na máxima medida do possível, de todo desenvolvimento da ação não foi, desta vez, uma opção, mas uma determinação do bloco de experiência que, passadas duas décadas, esse acervo materializa.

A montagem de Balbucio 20 resultará dessa – agora, sim – exposição (no dicionário também: pôr à vista, propor, oferecer; apresentação, aula, conferência, consideração, declaração, descrição, discurso, elucidação, esclarecimento, exegese, exibição, explanação, explicação, fala, interpretação, lição, narração, narrativa, nota, palestra, prática, relatório, sudário!); dessa taxonomia da amizade.

SERVIÇO:

Balbucio 20 (Exposição)

Período: 18 AGO – 29 SET
Local: Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (MAUC-UFC)
Endereço: Av. da Universidade, 2854 – Benfica
Horário de funcionamento: Segunda à sexta-feira, das 08h às 12h e das 13h às 17h


Detalhes

Data e hora:
18/08/2023 de 13:00 até 17:00
29//09 de 08:00 até 17:00

Local

Museu de Arte da UFC (MAUC)
Av. da Universidade, 2854 - Benfica
Fortaleza, 60020-181
+ Google Map
Telefone:
(85) 3366-7481
Website:
www.mauc.ufc.br
Nome:
Tobias Sandino Gaede
Telefone:
(85) 3366 9222
E-mail:
cultura.ica@ufc.br

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